Abstract
Com base nas reflexões de Aníbal Quijano, Monique Wittig, María Lugones e Glória Anzaldúa, foi possível compreender que há um modo hegemônico de pensar que opera com base em categorias heteronormativas coloniais binárias e, a partir dessas, funciona num modo universalizante. Se o pensamento hegemônico é marcadamente heteronormativo, colonial e neoliberal, e opera por meio de categorias que naturalizam diferenças numa chave binária e desigual, produzindo, assim, efeitos práticos materiais opressivos, recusá-lo significa realizar um processo de descolonização do próprio modo de pensar, o que pressupõe não apenas criticar suas categorias dicotômicas, seu modo universalizante de operar e seus efeitos destrutivos, mas que tal crítica de desdobra no que denominei, inspirada por Foucault e Butler, de práticas críticas de si, ou seja, uma internalização cotidiana da crítica e abertura para outros modos de pensar e viver as relações a si, com os outros e para com a verdade.