Abstract
Este artigo apresenta de modo ensaístico e embrionário, algumas reflexões acerca dos valores da previsão e do medo na filosofia jonasiana como valores necessários, ou ao menos desejáveis, para as ações governamentais diante de uma ameaça ao futuro da humanidade. Para isso, propomos um paralelo entre a realidade pandêmica atual e a filosofia de Hans Jonas, desenvolvendo em seguida sua concepção sobre tais valores. Nossas conclusões apontam de modo provocativo para aquilo que as futuras vítimas fatais da Covid-19 esperam hoje do seu atual governo. Portanto, para que as pessoas comuns possam ter esperança sobre a manutenção das suas vidas e a volta de uma vida que antes era reconhecida como “normal”, é necessário que o nosso governo se oriente pelo temor diante das previsões potencialmente catastróficas.