Abstract
O conhecimento de si há que se referir, necessariamente, a um si para o conhecimento. Não obstante, em âmbito metafísico e ontológico, o si a ser conhecido deveria ser o mesmo que buscaria conhecer-se. Isto quer dizer que o ser que se deveria conhecer seria anterior ao seu próprio ser enquanto já constituído por este seu conhecimento, ou ainda, seria tal pelo encontro entre o próprio ser em si, bondoso e virtuoso ele mesmo, com aquele que ainda é para ser, e sobre a promoção da sabedoria de si, pela qual essência e existência se encontrariam e se fundiriam na alma. Poderíamos dizer que estamos aqui diante da reelaboração do conhece-te a ti socrático em direção a uma ontologização da alma humana, sobretudo se vista sob a ótica da busca pela autossuficiência do eu espiritual, tão cara ao período helenístico e romano e notadamente a Sêneca.