Griot 23 (3):120-130 (
2023)
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Abstract
Neste artigo estudo uma disposição afetiva abordada por Walter Benjamin nas _Teses sobre o conceito de história_, mais precisamente, estudo a empatia (_Einfühlung_). Este afeto estaria presente no tipo de historiografia rejeitada pelo autor, uma vez que ela seria a “empatia pelos vencedores”. Trabalho no presente estudo com uma hipótese “ou-ou”. Benjamin diferencia dois tipos de escrita da história, a inautêntica e a autêntica: ou bem o historiógrafo parte do horror (_Grauen_) inerente aos acontecimentos históricos, ou bem ele elege certos passados e sente empatia (_Einfühlung_) pelos espólios da transmissão cultural. Também em outros escritos de Benjamin encontramos uma atribuição pejorativa à empatia, e a razão para tal, sugerimos, é a de que o historiador deve “fazer explodir” a linha de continuidade da história, enfatizando, em vez de um afeto conciliador ou mesmo apaziguador e conformista, o afeto colérico com relação aos acontecimentos opressores e, portanto, um aspecto “destrutivo”, “disruptivo” da história.