Abstract
This article shows how Bernard Lonergan's philosophy of science can bring resolution to a recent controversy: the controversy that arises from Intelligent Design theorists' and proponents of neo-Darwinian evolution. Intelligent Design theories argue that the complex structures of living organisms cannot be adequately explained by neo-Darwinian theories, especially by its postulate of random variations. Hence, an "intelligent designer" must be postulated in order to fill out scientific explanations. This article finds fault with the Intelligent Design arguments, but proposes a different form of design argument–one that accepts neo-Darwinian evolution (or something very much like it). It shows how Lonergan's analysis of scientific methods grounds his account of evolution, and how much this can overcome the most basic Intelligent Design objections. It then shows how Lonergan's philosophy of God also can offer a design argument based, not in the complexity of this or that organism, but in the "design" of evolution itself. /// O presente artigo mostra até que ponto a filosofia da ciência de Bernard Lonergan pode trazer resolução à recente controvérsia suscitada pelos defensores da Teoria do Desígnio Inteligente, teoria essa fortemente atacada pelos defensores neo-darwinistas da teoria da evolução. As teorias do Desígnio Inteligente defendem que as estruturas complexas dos organismos vivos não podem ser adequadamente explicadas pelas teorias neo-darwinistas, especialmente pelo seu postulado relativo às variações de acaso. Nesse sentido, um agente Inteligente teria de ser postulado em ordem a prover as necessárias explicações científicas. O autor do presente artigo, porém, considera que a argumentação dos defensores do Desígnio Inteligente é defeituosa, pelo queavança um novo argumento de desígnio, um efectivamente que aceita a teoria da evolução neo-darwiniana (ou algo muito semelhante a ela). Em suma, o artigo mostra até que ponto a análise lonerganiana dos métodos científicos subjaz à sua própria teoria da evolução, mostrando-se assim também de que forma esta doutrina ultrapassa as objecções mais elementares dos defensores da Teoria do Desígnio Inteligente. Por fim, mostra-se ainda de que modo a filosofia de Lonergan sobre Deus pode oferecer um argumento de desígnio baseado, não na complexidade deste ou daquele organismo, mas no "desígnio" da evolução em si mesma.