Abstract
Neste trabalho, com base na teoria da decadência ideológica de Lukács, procuraremos oferecer um contraponto à “tese clássica” acerca da gênese da filosofia contemporânea, que concebe como seu impulso fundamental unicamente avanço das ciências da natureza, que engendram uma “crise de identidade” do pensamento filosófico, forçando-o a refundar suas bases em um sentido empirista. A teoria da decadência ideológica de Lukács, ao contrário, procura iluminar a maneira que as premissas teóricas assumidas pela filosofia contemporânea correspondem às necessidades ideológicas da burguesia, fornecendo uma base material para a compreensão da “crise de identidade”. Por outro lado, procuraremos demonstrar que essa crise é fundamentalmente uma crise da filosofia burguesa, fruto das premissas teóricas que emergem do processo de decadência ideológica e que não se observa no pensamento de Marx, que se desdobra a partir de premissas teóricas radicalmente diversas.