Dissertation, University of Campinas (
2024)
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Abstract
Esta monografia faz parte de uma pesquisa de Iniciação Científica (IC) financiada pela FAPESP (processo 2023/04313-5) até 31/12/2024. Neste texto, que é simultaneamente um trabalho final de disciplina (Monografia II - HG880 SC) e minha monografia de conclusão de curso, comparo os naturalismos metodológicos de Quine, Hume e Aristóteles quanto à natureza da cognição. Ou seja, pretendo comparar como Aristóteles, Hume e Quine concebem, no interior de suas respectivas epistemologias naturalizadas, aquilo que geralmente chamamos de ‘alma’, ‘mente’ ou ‘cognição’. Desse modo, ao oferecer uma perspectiva diacrônica da epistemologia naturalizada, meu propósito é contribuir para o debate quanto ao problema de como conhecer cientificamente a cognição. Para tanto, parto de um mapeamento da origem de tal problema, bem como de uma reconstrução expositiva que aborda seu desenvolvimento de Aristóteles até Quine. Ao longo desse percurso, procuro mostrar de que modo Hume pode ser tomado como o principal mediador entre as concepções clássica e contemporânea de ciência, filosofia e cognição. Ao longo de minha exposição, recupero alguns dos resultados da pesquisa de IC, de modo a indicar também desenvolvimentos da epistemologia naturalizada que são posteriores a Quine. Em particular, recupero a epistemologia naturalizada de Sellars e algumas de suas teses em filosofia da mente, na expectativa de que isso seja de alguma forma útil ao empreendimento de compreender a trajetória histórica que o naturalismo percorreu até o século XX. Esta monografia, portanto, recupera as epistemologias de dois importantes precursores de Quine e Sellars — as de Hume e Aristóteles —, comparando-as com o programa quineano de naturalização da epistemologia e preparando o terreno para a uma pesquisa futura quanto aos sucessores de Quine nesse programa, com destaque para Sellars. Desse modo, espero que esta monografia contribua para o desenvolvimento de uma das partes da pesquisa de IC, no sentido de investigar as bases históricas a partir das quais o naturalismo epistemológico floresceu no século XX.