Abstract
a proposta deste artigo é analisar a ideia de natureza na obra clandestina de Sade, mais especificamente, nas histórias de “Justine” e de “Juliette”. O exame recairá sobre a fala de dois narradores e de cinco personagens. Pretende-se estudar quatro noções diferentes de natureza a fim de demonstrar que tais noções formam, na verdade, um único raciocínio, desenvolvido em uma gradação regressiva. Tudo começa em uma natureza onipotente e amoral. Esta se transforma em noção imoral, menos poderosa e que necessita do libertino para desorganizar a matéria, mas passa a se mostrar impotente e inconsequente, até revelar-se uma força tão misteriosa e incompreensível quanto a divindade.