Abstract
Entre os muitos campos que a obra de São Tomás se estendeu para além da esfera teológica, um deles diz respeito à questão da divisão das ciências e os procedimentos investigativos empregados. Desta perspectiva, interessa-nos neste trabalho analisarmos o método que ele julgou adequado na investigação sobre a anima e, consequentemente, na psicologia filosófica que formulou. Inicialmente, o percurso intencionado consistirá na disposição do problema metodológico do ponto de vista mais amplo do seu contexto, isto é, a partir da discussão primária da classificação das Ciências Especulativas, conforme presente no Comentário ao Tratado da Trindade de Boécio. As observações deste opúsculo juvenil serão assimiladas àquelas do Comentário ao De Anima de Aristóteles, onde propriamente teremos a especificação das razões que instituem a psicologia filosófica no campo da Ciência Natural. Em prosseguimento, lidaremos com a temática da certeza epistêmica e modo de demonstração que pertence à psicologia filosófica; destacando, portanto, que a formulação de São Tomás mostra uma plena consciência de que a inacessibilidade direta do objeto há de ser elucidada por uma metodologia que partindo dos efeitos, manifestações e propriedades, seja capaz de inferir as causas e substância do primeiro princípio de vida.