Abstract
Este trabalho examina as ideias filosóficas de contingência, correlacionismo e realidade, com foco nas críticas formuladas por Slavoj Žižek e Markus Gabriel ao projeto de Quentin Meillassoux. Žižek destaca uma crítica à absolutização da contingência em Meillassoux, argumentando que o filósofo não consegue verdadeiramente superar o correlacionismo kantiano. Žižek, ao contrário, defende a correlação transcendental como parte integrante da própria coisa em si, enfatizando a importância de entender a relação entre como as coisas são em si mesmas e como aparecem para um sujeito. Por outro lado, Markus Gabriel contribui ao enfatizar os modos de apresentação na constituição da realidade. Ele aborda a ideia de que a diferença entre como as coisas são em si mesmas e como são apresentadas é constitutiva da realidade. Gabriel explora a diversidade de modos pelos quais a realidade se manifesta, destacando a complexidade da relação entre sujeito e objeto. O texto também aborda a crítica de Žižek ao projeto meillassouxiano de buscar o em si lá fora, defendendo que a contingência não é apenas um aspecto externo à subjetividade, mas também inerente ao próprio sujeito como um corte no circuito da causalidade natural. Ao longo do artigo, são evidenciadas as divergências e contribuições desses filósofos, proporcionando uma análise aprofundada das relações entre contingência, correlação e a natureza fundamental da realidade. A interseção dessas críticas fornece uma perspectiva de leitura sobre os desafios e implicações da abordagem de Meillassoux no cenário filosófico contemporâneo.