Abstract
O presente ensaio recolhe para si, como objeto teórico de estudo filosófico, a questão hipotética da perspectiva animal em relação ao humano e as suas implicações epistemológicas e ontológicas para o pensamento antropológico ocidental acerca das relações políticas compreendidas com base no conceito de alteridade, não apenas referente aos intercâmbios e conflitos entre os povos humanos, mas também concernente às trocas existentes entre esses e os outros seres animados e inanimados. No sentido de cumprir com essa meta, optamos, como procedimento metodológico, por estabelecer um diálogo entre dois textos responsáveis por tratarem da problemática do animal no pensamento antropológico – sobre o homem – ocidental; mais especificamente sobre a tradição filosófica do tema e suas antíteses. Os referidos documentos são: a) O animal que logo sou, do filósofo franco-argelino Derrida e b) Metafísicas canibais, do antropólogo brasileiro Viveiros de Castro. Nossa hipótese central é a de que Derrida termina onde os indígenas há muito começaram.