Abstract

Mesmo depois 160 anos da fundação do Espiritismo ainda são frequentes os debates entre os seus fiéis a respeito da tensão entre seu aspecto religioso e o científico. A doutrina, fundada, ou como dizem os espíritas, codificada por Allan Kardec no século XIX, surgiu em meio a uma profusão de novas teorias, concepções científicas e filosóficas, tendo sido fortemente marcada pelo legado iluminista e pelos pensadores de sua época. Porém, ao transportar-se para o Brasil a partir de 1865 e particularmente no século XX e início do XXI, fortaleceu-se o seu aspecto religioso e tornou-se a terceira maior religião Brasileira. O objetivo deste artigo é de demonstrar através de uma pesquisa bibliográfica, razões que tenham levado essa tradição a tornar-se de fato uma religião a despeito de inicialmente não ter sido esta a intenção de seu fundador. Desta forma apresentaremos perspectivas que demonstram como a cultura e o _ethos_ brasileiro fortaleceram este aspecto religioso.