Abstract
Neste artigo, o autor começa por discorrer sobre os últimos anos de vida do Doutor Subtil, marcados pelo célebre conflito em torno às relações de poder, ocorrido entre Filipe IV "O Belo", rei da França, e o papa Bonifácio viu, por causa das posições que ele assumiu e de sua relação com a questão da origem da propriedade e da autoridade secular. Para o Menorita escocês tanto a propriedade ou o domínio particular sobre os bens quanto a autoridade secular foram instituídas pelos seres humanos, não por Deus, após a Queda Original, porque condiziam melhor com sua nova condição, influenciada por suas más inclinações. Por isso, foi necessário que houvesse uma autoridade política e leis por ela promulgadas, a fim de regular a convivência social. Os ensinamentos de Escoto sobre esses assuntos significam a via media entre as teses extremistas propostas, de um lado, pelos defensores da hierocracia pontifícia e, de outro, pelos assessores de Filipe IV. /// The author starts the article with a consideration of the last years of Duns Scotus' life, which was particularly marked by the famous conflict, around the relations of power, occurred between Philip IV, "The Fair", king of France, and Pope Boniface VIII, because of the positions which the scotch Friar assumed regarding the question about the origin of property and about the origin of the secular authority. As a matter of fact, for Duns Scotus, both the property and the political authority were established by men, after the Original Fall, not by God, because they are more in consonance with the new condition of humans, marked by their bad passions. Therefore, it was necessary to have a political authority able to promulgate laws in order to regulate the social life. The article shows that the teaching of Duns Scotus about these subjects constitutes a via media between the extremist doctrines professed, on the one hand, by the defenders of the hierocracy and, on the other, by the assessors of Philip IV