Abstract
Encontrar novamente um “há” prévio, um sentido originário, por meio de um pensamento que escape das malhas da metafísica e da objetividade e que se coloque no domínio do mundo da vida: eis a proposta que aproxima a filosofia de Heidegger e de Merleau-Ponty. A partir dessa aproximação de âmbito crítico ontofenomenológico, o presente artigo analisa a técnica em sua ambivalência: tanto como pensamento operatório quanto em sua formulação originária, estabelecida no âmbito pré-reflexivo do pensamento que se pergunta sobre si mesmo. Para isso, parte-se da crítica não à técnica em si, sobre o que ela diz do ser, mas da sua hegemonia regional cuja pretensão é dizer o real em sua integralidade. O resultado de uma tal crítica, em ambos os autores, passa pela ascensão do pensamento artístico e da linguagem poética como formas de pensar o ser como ser sensível.