Abstract
O presente artigo discute a singularidade e a forma narrativa suspensiva em A Vênus das Peles (1870), de Sacher-Masoch, a partir das noções de agenciamento desejante e coletivo, sintomatologia e devir-político de minoria trabalhados por Gilles Deleuze, de acordo com seu empenho teórico para dissociar a unidade sado-masoquista consagrada por Freud. Tal percurso de leitura, nesse viés, incorpora os debates sobre performance, cena e representação, além de explorar o humor de minoria contestador que a obra revela como potência de ação no mundo. Jurisprudência e persuasão, contrato e fantasma, assim como a tarefa de ver as pulsões enquanto processos de ordem política, que denunciam abusos de poder e reivindicam participação democrática, tecem por fim essa análise.Palavras-chave: A Vênus das Peles. Devir-político de minoria. Gilles Deleuze. Agenciamento coletivo. Sintomatologia.