Abstract
O pensamento de Nietzsche tem na afirmação a sua ênfase, para a qual as forças constituem o seu diferencial. As forças operam no sentido de estabelecer embates entre oposições e resistências, de modo que, quanto maiores forem as oposições impetradas, maiores as resistências empregadas. A única meta a alcançar é a de pontos sempre mais culminantes de potência, passando pelo enfrentamento do ar cortante das alturas, das caminhadas invernais, do gelo, dos cumes e de toda espécie de sublime maldade. Cada oposição vivida desencadeia uma resposta, que é a de resistência, gerando no organismo um quantum maior de força, tende em vista a sua superação. Assim, de superação em superação, se resiste aos limites que se apresentam em forma de mega acontecimentos a compor os diversos ciclos do retorno. Neste intercambiamento, marcado pela oposição e pela resistência, somente espécimes dotados de ímpeto e disposição fisiológica afirmativa serão capazes de superar, realizando a sua experiência de plenitude alegre e jovial. Estes espécimes, redentores da doença, concebem a filosofia como arte de cura, de modo que a vivência na solidão, para além de fuga da existência, consiste em antídoto promotor da grande saúde.