Abstract
Resumo. Hannah Arendt. Educação inicial. Agostinho de Hipona. Este artigo faz parte de uma investigação em andamento, na qual exploramos a leitura de arendtiana do Agostinho de Hipona, partindo da obra inicial, El concepto de amor en San Agustín (2001). Consideramos que a investigação da dissertação doutoral, obra tão pouco explorada pelos seus mais relevantes interpretes, pode brindarmos novas chaves de leitura da teoria política de Hannah Arendt, tornando mais complexo nossa abordagem na sua leitura heterodoxa da tradição do pensamento filosófico. Segundo nossa hipótese é a tese doutoral de 1929, onde a dimensão política do problema num sentido amplo começa a emergir, a partir da questão do que é especificamente humano, sempre sujeito à constante tensão entre um “não mais” e um “ainda não” (Arendt, 2001: 311; Agustín, 2005: XI, 21,27). Somente em posteriores trabalhos a leitura da fonte agostiniana –focada cada vez mais nas Confesiones (2005) y na Ciudad de Dios (1958) fica articulada explicitamente com a elaboração da trama mais conhecida da fenomenologia da ação política; na qual numerosos e importantes interpretes tenham situado o giro embora da política da aluna do Heidegger e Jaspers (Young Bruehl, 2006; Canovan, 2002; Benhabib, 2000; Forti, 2001). Embora essas autoras reconheçam a formação inicial e sua influencia sobre a filósofa Arendt, em geral, todas elas acentuam a ruptura com todo o seu escopo de formação universitária em filosofia e teologia.