Abstract
Nos anos 1930 e 1940, Max Horkheimer investigou as origens da agressividade manifesta na vida social, sobretudo na forma do antissemitismo. Suas referências ao conceito de pulsão de morte divergem nestes contextos, uma distinção que se relaciona estreitamente a mudanças consideráveis em sua filosofia. A princípio, este conceito é preterido por reproduzir uma concepção ideológica que justifica e hipostasia o vínculo da civilização com a repressão pulsional, vínculo supostamente necessário em vista da ameaça de suas manifestações destrutivas para a vida em sociedade. Posteriormente, no entanto, foi compreendido como sintoma do retorno do impulso mimético recalcado, em uma investigação sobre o estatuto da subjetividade desde a sua formação arcaica. Este artigo analisa as premissas destas interpretações da pulsão de morte e os conflitos em sua recepção pela teoria crítica, que lançaram as bases para uma discussão ainda em andamento sobre a sua apropriação pela teoria social.