Abstract
O objetivo deste artigo, de viés ensaístico, é construir uma reflexão e uma conversa teórica sobre a dicotomia entre os dispositivos “natural” e “artificial” em relação ao corpo. A partir dos escritos de Paul Preciado, construímos linhas conceituais para pensar os discursos midiatizados como máquinas de construção de corpos sexuados. Essas máquinas, de modo geral, utilizam-se de uma lógica cisnormativa para constituir um sistema que constantemente se reinscreve sobre os corpos em operações de repetição e de recitação dos códigos binários tidos como naturais (masculino/feminino). É nesse sentido que o dispositivo discursivo midiático que classifica o corpo como natural ou artificial (re)produz um código de legitimação dos corpos, ignorando ou fazendo aparecer o caráter prostético das expressões de gênero.