Abstract
O conceito de narratividade tem sido frequentemente utilizado entre filósofos da mente que pretendem compreender criticamente a questão da identidade pessoal na filosofia contemporânea. Trata-se de pensá-la como uma teia narrativa que se desenrola durante a vida. Ao personagem narrado chamaríamos ‘eu’. Daniel Dennett e David Velleman são dois eminentes defensores deste tipo de visão. O presente artigo visa expor brevemente os pontos de aproximação entre estes autores, mas principalmente discutir um importante momento de afastamento entre eles, especialmente no que tange à ideia de um módulo central narrativo, introduzida por Velleman e criticada por Dennett. Como contraposição à visão narrativa será, por fim, contraposta outra proposta de se pensar a identidade pessoal, como negação da narratividade, presente no pensamento de Galen Strawson.