Abstract
Partindo de uma posição rortiana, o presente artigo pretende mostrar até que ponto o conceito de verdade em Ortega y Gasset, apesar do seu perspectivismo e da defesa do raciovitalismo como razão histórica, está preso, em última análise, a uma perspectiva representacionista e a um conceito forte de verdade. O pensamento de Ortega sobre o conceito de verdade é travejado por muitas asserções afins ao pragmatismo. As consequências do seu pensamento têm uma clara incidência pragmatista, não obstante o desenvolvimento intencional da sua filosofia ser claramente metafísico, o que, segundo o autor do presente artigo, acaba por o enredar num conjunto de aporias de modo que teria sido mais remunerador e consequente explorar uma via pragmatista até ao fim, e abandonar um conceito forte de verdade. /// Departing from a Rortian position, the present article intends to show that the concept of truth in Ortega, in spite of his perspectivism and of the defence of ratiovitalism as historic reason, is attached, ultimately, to a representationist perspective and to a hard concept of truth. Ortega's thought about the concept of truth is structured by many assertions closed to pragmatism. Even though his thought has a clear pragmatic incidence, still the intentional development of his philosophy is clearly metaphysical, which, finally, gets caught in a number of aporiae that, according to the author of the article, make it clear that it would have been better and more consistent to explore the pragmatist way to the end, and to abandon his hard concept of truth.