Abstract
O artigo busca refletir sobre a formação da consciência crítica a partir da utilização das tecnologias digitais no ensino de Filosofia nas escolas públicas do estado de São Paulo depois das alterações do Novo Ensino Médio e da implementação do Currículo Paulista no ano de 2020. O objetivo é refletir sobre como o uso dessas tecnologias influenciam a formação da consciência crítica dos estudantes. Utilizando a análise do discurso como metodologia, o estudo está organizado em três partes: a primeira aborda o esvaziamento da Filosofia no Novo Ensino Médio explicitando as reduções na quantidade de aulas ano após ano; a segunda trata da obrigatoriedade dos Materiais Digitais elaborados e ofertados pela Secretaria da Educação do estado de São Paulo; e a última reflete sobre o papel das plataformas digitais BI Educação, Tarefa SP e Prova Paulista no ensino de Filosofia. A conclusão aponta para uma preocupação com o uso excessivo de tecnologias, que têm priorizado o desempenho e a superprodução de resultados em detrimento da formação crítica dos alunos. Embora o Material Digital seja apresentado como um recurso adaptável, o artigo questiona sua aplicabilidade e eficácia no contexto educacional, destacando a sobrecarga de conteúdo e a superficialidade nas aprendizagens propostas. A reflexão crítica, essencial para o ensino de Filosofia, está sendo comprometida pelo modelo atual de uso das tecnologias digitais nas escolas.