Abstract
Por meio de sua fisiopsicologia, isto é, da morfologia e doutrina do desenvolvimento da vontade de potência, Nietzsche avalia a condição impulsional de indivíduos e culturas. Assim, produções que afirmam a vida como um movimento contínuo de autossuperação são sintomas de uma dinâmica saudável; mórbidos são os organismos que procuram estratégias de conservação e paralisação das mudanças, como, por exemplo, a metafísica. Nesse contexto teórico, este artigo pretende investigar a reação de Nietzsche em face de um grande terremoto ocorrido em Nice no ano de 1887, vivenciado pelo próprio filósofo. Nietzsche acredita ter a grande saúde, o que o habilita a rejeitar a busca, imposta por uma catástrofe à maioria dos seres humanos, de valores eternos em instâncias transcendentes.