Abstract
A filosofia espinosista foi freqüentemente associada com a imagem do círculo, como metáfora alusiva a um ser atemporal e a um saber eterno. Concretamente, Hegel utilizou essa associação para celebrar a concepção do infinito em ato de Espinosa; e interpretou a ilustração geométrica da Carta 12 nos termos dessa conexão entre infinitude verdadeira e circularidade. No presente trabalho, questionamos essa leitura, e utilizamos o exemplo espinosano dos círculos não concêntricos para tematizar a singular concepção espinosana da determinação e do limite. Graças à compreensão das coisas finitas como durações singulares é possível entender em que sentido o “tempo” é, para Espinosa, uma realidade imaginária que, enquanto tal, tem sua própria efetividade.