Abstract
Nós nos propomos analisar e interpretar em que sentido a descrição de Philonenko de que Schopenhauer desenvolveu uma “fenomenologia da vida ética” pode ser lida sem grandes problemas, se nos detivermos à sua fundamentação empírica da moral, exposta em Sobre o Fundamento da Moral. Caso a estendamos à metafísica dos costumes do filósofo, como fez Philonenko, essa expressão já será inadequada pelo fato da última não ter por objeto nenhum fenômeno, mas o que se “esconde por trás deles, a coisa em si mesma”. Esse esclarecimento também nos ajudará a evidenciar que Schopenhauer inovou cientificamente, na moral, ao reconduzir as ações humanas a três motivos fundamentais: o bem-estar próprio, alheio e o mal-estar alheio ; e ao explicar a possibilidade da segunda motivação como oriunda do sentimento da compaixão.