Abstract

AS formas históricas e institucionais do cristianismo em Itália fazem com que a filosofia se deva necessariamente confrontar com ele. Além disso, é também evidente que autores como Nietzsche ou Heidegger têm igualmente uma grande influência na península itálica. O artigo examina os escritos de quatro autores contemporêneos os quais, uns mais do que outros, se inspiram nos autores alemães antes mencionados para dar um sentido, frequentemente redutor, mas por vezes também respeitoso da fé dos crentes, ao cristianismo de que a cultura italiana não pode fazer abstracção. Estes filósofos, unidos numa comum sensibilidade ao ser humano, estão também particularmente atentos, ainda que de maneiras muito variadas, à provocação do mal. A categoria da 'Kenose', derivada da meditação sobre a diferença ontológica e da contestação de um saber absoluto disponível para a razão religiosa, acompanha a reconstrução filosófica daquilo que, no cristianismo, mais profundamente toca os autores estudados neste artigo; o seu entendimento do cristianismo, contudo, depende muito da percepção nietzscheana do instante. /// The article starts with the assumption that the historical and institutional forms of Christianity in Italy make it unavoidable for philosophy to confront itself with it. It also mentions the great influence that authors like Nietzsche and Heidegger have in the Italian peninsula. The article proceeds to analyze the writings of four contemporary Italian thinkers. All these authors are inspired by the above mentioned German thinkers and aim at making sense, frequently in a reductive manner but also in a mode respectful of the believers' faith, of Christianity, something of which the Italian culture cannot make abstraction. These four Italian philosophers are particularly united in a common sensibility to the human being and attentive, even though in very different manners, to the provocation of evil. For them, the category of 'Kenosis', derived from the meditation on the ontological difference and the protest against an absolute knowledge available to the religious reason, goes together with the philosophical reconstruction of what in Christianity most touches them. The article also shows, finally, that for these authors the understanding of Christianity depends to a great extent of the impact of nietzschean thought