Abstract
Resumo: Este artigo objetiva realizar uma interpretação do terceiro capítulo do livro O Anti-Édipo, de Deleuze e Guattari, denominado ‘Selvagens, Bárbaros, Civilizados’. Para tanto, serão reconstituídos, de início, alguns dos conceitos fundamentais dos capítulos anteriores, tais como processo esquizofrênico, produção desejante, máquinas sociais e as três sínteses do inconsciente. Em seguida, as três máquinas sociais - a primitiva, a despótica e a capitalista - serão expostas em seu funcionamento, mostrando as configurações específicas entre desejo e socius que lhes são próprias, bem como os regimes e representações que as caracterizam. Pretende-se, com essa apresentação, ressaltar as respostas que Deleuze e Guattari dão aos dois grandes problemas abordados em sua tipologia histórico-materialista das máquinas sociais: (i) ‘como Édipo se tornou possível?’ e (ii) ‘como se pode desejar a sua própria servidão?’ Por fim, conclui-se esboçando as relações, dentro da perspectiva crítica dos autores, entre psicanálise, reprodução familiar e capitalismo.Palavras-chave: Desejo, produção, máquina, psicanálise, história.