Abstract
Benedictus de Spinoza (1632-1677), filósofo seiscentista holandês, não dedicou, evidentemente, ao tema da educação uma obra sistemática. No entanto, de maneira um pouco dispersa, ele deixou alguns registros sobre o ato de educar e sua importância em termos ontológicos, epistemológicos, afetivos e ético-políticos. Com base nisso, o objetivo desta pesquisa se dará a partir das seguintes reflexões: Por que estudar um pensador como Spinoza para entender a educação hoje? Qual a importância de sua filosofia às aplicações pedagógicas contemporâneas na Escola? Quais soluções o pensamento spinozano poderia oferecer aos entraves e às crises no sistema educacional? Para tanto, nossa fundamentação tem como principal referencial teórico para a realização deste artigo, Ética, considerada a obra prima de Spinoza, e outros escritos, como o Tratado da Emenda do Intelecto e a Correspondência. Ademais, sobre o tema da educação, teremos como base os pesquisadores spinozanos: Rabenort, Ravà, Juliana Merçon, dentre outros. Conclui-se que as leituras e análises dos textos spinozanos possibilitaram que evidenciássemos algumas contribuições à educação contemporânea, ao enfatizarmos a importância da ética e da afetividade para se pensar numa educação mais potente, ou seja, mais ativa e livre. Com base nisso, possibilitou-se uma discussão sobre o papel dos chamados afetos alegres para se pensar a prática pedagógica à luz da filosofia spinozana.