Abstract
Uma leitura do verso 179 da Medeia de Sêneca sob o enfoque processual do Direito Romano, vinculado às diversas disposições legais relativas às actiones noxalis , permite o alargamento da compreensão do estatuto da protagonista trágica. Nessa nova possibilidade tradutória, Medeia adquiriu, de modo claro, a feição de injustiçada, com o realce da perfídia de Jasão e da tirania de Creonte. Por outro lado, essa leitura processual do texto literário senequiano ainda permite a percepção da prática da contaminatio efetuada pelo autor, que atualizou a narrativa grega para a realidade latina por meio de sua adequação jurídica à realidade romana