Abstract
Zubiri presents a critique of modernism and return to phenomena in primordial apprehension. Only 'notes' are apprehended; as real they need to be repossessed by logos or reason, related to other notes in the field or unified as the world. Zubiri seeks to overcome the dualism of sensing and knowing and introducing transcendent objects. His target extends to ancient and medieval philosophy, charged with introducing the problem. So he reads Plato's Sophist as positing being, known independent of the senses, and the genera, derived deductively from being. This misreads Plato, reducing him to Parmenides. Rereading Plato, using Zubiri's scheme, reveals 'primordial apprehension' in the Theaetetus, with logos and reason in the Sophist. Like Zubiri, Plato's goal is to reconnect language and reality as apprehended. Unlike Zubiri, Plato sees communication as human dialogue, not just a feature of apprehended 'notes.' /// A apreensão primordial de Zubiri constitui uma crítica posmoderna e um retorno ao fenómeno. Segundo ele, o que se apreende são apenas 'notas'; estas, porém, exigem ser reassumidas pelo logos ou pela razão, encontrando-se sempre em relação com outras no campo que lhes é próprio ou unificadas enquanto mundo. Zubiri pretende sobretudo superar o dualismo entre sentimento e inteligência associado com a introdução de objectos transcendentais. A sua crítica extende-se à filosofia antiga e medieval, pois que, segundo ele, aqui se iniciou esta problemática da transcendentali-dade. Zubiri lê o Sofista precisamente como se Platão procedesse aqui a uma afirmação do ser, conhecido independentemente dos sentidos, e dos géneros, dedutivamente derivados do ser. O artigo pretende mostrar ser esta uma falsa interpretação de Platão, reduzindo-o a Parménides e, por isso, sugere uma releitura de Platão, baseada num esquema zubiriano, de modo a se poder discernir seja a noção de "apreensão primordial" no Teeteto ou de logos e razão no Sofista. Finalmente, mostra ainda como, tal como Zubiri, a meta de Platão está no estabelecimento de uma conexão entre a linguagem e a realidade apreendida. Ao mesmo tempo, porém, mostra como, ao contrário de Zubiri, a comunicação em Platão é vista como um verdadeiro diálogo humano e não apenas como aspecto de uma simples 'nota.'.