Abstract
O presente artigo apresenta como intuito primordial uma exposição acerca da temática da desumanização presente na literatura de testemunho de Primo Levi (1919-1987) e nas reflexões de Hannah Arendt (1906-1975), sobretudo em sua obra Eichmann em Jerusalém. A investigação acerca do fenômeno da desumanização no universo concentracionário nazista será realizada, primordialmente, a partir de sua relação com a tese da banalidade do mal, que aborda a impessoalização e a perda da consciência moral como integrantes do projeto totalitário de supressão da individualidade e da banalização da barbárie. Numa primeira análise, foi estabelecida uma breve ponderação sobre os principais aspectos do “mal banal” na perspectiva da narrativa histórica de Arendt e de que forma tais elementos dialogam com a despersonalização. Em seguida, a temática da desumanização foi analisada propriamente na literatura primoleviana. Por fim, foi traçado um paralelo entre os dois autores, atestando, de forma categórica, um vínculo direto entre o totalitarismo, a proliferação da banalidade do mal e a desumanização. Fundamentado sob a metodologia de abordagem dedutiva, o presente trabalho foi construído com a utilização de fontes bibliográficas.