Abstract
analiticamente para a produção de conhecimento sobre linguagens e literacias em educação matemática. Isto é motivado por duas preocupações que estão relacionadas: aquela em que a busca da certeza, estabilidade e permanência dos significados dos conceitos analíticos trazem para algumas existências do ser, e não outras; e aquela em que aos conceitos são atribuídos significados em lugares geopolíticos e relacionais, nos quais passados, presentes e futuros estão entrelaçados. Eu escrevo do e para meu contexto geopolítico e relacional do Sul, um contexto permeado por questões de quais conhecimentos e práticas, e para quem, usam quais linguagens e literacias. Logo, proponho uma imaginação dos mundos como um arquipélago de contextos geopolíticos. Este é um mundo complexo no qual aberturas e fechamentos, movimentações e permanências, continuidades e descontinuidades, enredamentos e separações e, incompletudes das linguagens e literacias e seus significados são a norma, e não um problema. Argumento, então, para uma mudança no pensamento; do aluno como um migrante linguístico, para fluxos e fraturas de significados no espaço e tempo. Pois nessas (i)mobilidades, desigualdades emergem e, também, uma potência para redesenhar linhas. Assim, ofereço esse pensamento situado para promover conversações a respeito dos conceitos-em-uso em outros contextos sem universalizá-los, para reforçar uma produção de conhecimento em educação matemática.