Abstract
A proposta desse artigo é analisar as diferentes apropriações e entendimentos das Trovas de Bandarra no século XVII, a partir das tópicas do "sonhar" e "ver", que estruturam o poema profético. Identificando algumas estrofes recorrentes nos comentários seiscentistas, pretende-se discutir as polêmicas surgidas em torno dos "Sonhos" do sapateiro de Trancoso e como estas permitem identificar posições frente ao problema do sonho profético e de seu uso nas leituras do destino e futuro português. A estrutura do texto é dada pelo passo das polêmicas em torno dos comentários às passagens selecionadas, com especial destaque para a figura do jesuíta Antonio Vieira e as disputas envolvendo seus textos na segunda metade do século XVII.