Abstract
Apoiando-se na fenomenologia filosófica e numa ciência factual , o artigo começa formulando dois problemas relativos à tolerância: 1) poder suportar os diferentes sentidos de realidade ou, respectivamente, os diferentes modos de dizer o real, e 2) poder estabelecer relacionamentos objetificantes e não-objetificantes com o mundo. Depois de mostrar que esses problemas foram sistematicamente negligenciados não somente pela literatura teológica, mas também pela filosófica , o artigo prossegue salientando que a linguagem apropriada para descrever a realidade objetificável pode ser invasiva e mesmo aniquiladora - e, neste sentido, intolerante - se usada para falar da realidade não-objetificável, e que atitudes objetificantes podem destruir os modos não-objetificáveis de relacionamento com o mundo e outros seres humanos, sendo, portanto, ameaçadoras da própria essência do humano.Based on philosophical phenomenology and a positive science , this paper starts by formulating two problems of tolerance: the one being that of coming to terms with different senses of the real and different modes of talking about it, and the other that of reconciling our objectifying with our non-objectifying relationships to the world. After showing at some length that both problems have been generally neglected not only in the theological but also in the philosophical literature, the post-modern as well as the enlightened one, it will be shown that a language appropriate for describing the objectifiable reality can be intrusive and even destructive - and thus intolerant -, if used to talk about the non-objectifiable reality, and that objectifying attitudes can destroy the non-objetifying ways of relating to the world and to other persons, being, in this respect, a threat to the very essence of our humanity