Abstract
O presente artigo tem como meta demonstrar de que maneira Gaston Bachelard constrói sua reflexão sobre o tempo em suas obras década de 30 que versam sobre o Instante e a Duração, partindo de uma releitura da perspectiva filosófica bergsoniana da continuidade da duração. Estabeleceremos nosso ponto de vista por meio de uma análise dos respectivos métodos de investigação de cada autor, Dialético em Bachelard e Intuitivo em Bergson. Consequentemente, tentaremos deixar manifesto de que modo cada método ampara e estabelece a base filosófica da qual emana as reflexões sobre o tempo de cada autor, antagônicas, por sinal, e que podem ser resumidas pela seguinte dicotomia conceitual: continuidade x descontinuidade. Em um último esforço de síntese, esboçaremos os motivos que tornam a perspectiva bachelardiana dinamiza e pluraliza a pesquisa bergsoniana desenvolvida a respeito do mesmo fenômeno.