Constituição da vida, hábitos mentais e instituições sociais

Natureza Humana 20 (1) (2018)
  Copy   BIBTEX

Abstract

De acordo com a visão enativista da mente, há uma conexão muito próxima entre estar vivo e ser capaz de cognição: estar vivo é ser capaz de envolvimentos cognitivos. O organismo vivo não recebe passivamente, nem processa os estímulos do mundo externo; em vez disto, ajuda a determinar o que conta como informação útil na base de sua estrutura, necessidades, bem como o modo como está estruturalmente ligado a seu ambiente. A doação de sentido é o processo pelo qual ele interpreta os estímulos ambientais em referência a suas necessidades de sobrevivência. Contudo, avaliar o sentido e o significado em um mundo social complexo como o nosso vai muito além da mera sobrevivência e automanutenção e tem muito a ver com adaptar-se e sair-se bem em um contexto sociocultural específico. Para alcançar seus objetivos, os seres humanos precisam de movimentos coordenados que levam à formação de padrões internos de envolvimento e resposta. Com o passar do tempo, esses padrões característicos de movimento e comportamento tornam-se mais enraizados e acabam por abranger o modo de doação de sentido habitual de um indivíduo. O aprendizado e a socialização desempenham um papel significativo, e os hábitos mentais são formados por meio da interação entre valores, normas culturais e as outras pessoas. Uma vez formados e enraizados os hábitos, tem-se o sentido pelo qual as normas sociais são internalizadas e sedimentadas no corpo. Cognição e afetividade podem ser compreendidas assim como socialmente inculcadas e em larga medida moduladas por relacionamentos e normas. Essa influência ambiental pode tanto (i) cultivar hábitos mentais adaptativos que promovam o florescimento humano quanto (ii) contribuir para hábitos mentais mal-adaptados, que alienam as pessoas afastando-as das necessidades humanas mais profundas e interferem no bem-estar geral. A faculdade ou a universidade constituem locais em que os hábitos mentais são profundamente modulados. Dentro das instituições educacionais orientadas pela ideologia neoliberal, os indivíduos são habituados a padrões tóxicos de interação e de avaliação. Em vez de cultivarem o pensamento crítico e a promoção da autorrealização, essas instituições frequentemente solapam tais capacidades. As faculdades e universidades nas democracias neoliberais contemporâneas, tais como nos Estados Unidos, oferecem-nos um exemplo poderoso de como as instituições sociais às vezes servem para cultivar hábitos mentais que impedem o florescimento humano.

Other Versions

No versions found

Links

PhilArchive

    This entry is not archived by us. If you are the author and have permission from the publisher, we recommend that you archive it. Many publishers automatically grant permission to authors to archive pre-prints. By uploading a copy of your work, you will enable us to better index it, making it easier to find.

    Upload a copy of this work     Papers currently archived: 104,919

External links

Setup an account with your affiliations in order to access resources via your University's proxy server

Through your library

Analytics

Added to PP
2025-03-27

Downloads
0

6 months
0

Historical graph of downloads

Sorry, there are not enough data points to plot this chart.
How can I increase my downloads?

Citations of this work

No citations found.

Add more citations

References found in this work

No references found.

Add more references