Abstract
Neste artigo analiso a interpretação de Aron Gurwitsch sobre a noção de noema, a qual se mostra como um dos mais complexos e controversos conceitos na teoria husserliana da intencionalidade. Tal leitura, que ficou conhecida como interpretação neo-fenomenalista, apresenta uma tentativa de afastar a fenomenologia dos modos tradicionais de idealismo. Demonstro, no entanto, que apesar da originalidade e dos diversos aspectos interessantes da análise de Gurwitsch – tal como a inserção de elementos da Gestalt –, sua interpretação falha em compreender de modo adequado o pensamento de Husserl, acabando por afastar o filósofo lituano da fenomenologia transcendental.