Abstract
Após uma sucinta rememoração da trajetória pessoal e intelectual de Gerd A. Bornheim (I), ressalta-se a originalidade da sua leitura da ontologia fenomenológica de Sartre, focada no tema da crise do fundamento, pensado na clave heideggeriana da crise da metafísica enquanto história do esquecimento do ser (II). A radicalização ontológica da intencionalidade, empreendida por Sartre mediante os conceitos de nada e nadificação, é analisada por Bornheim no horizonte da metafísica da participação, como um caso limite desta, que suprime a estrutura a sua estrutura relacional e a reduz ao próprio ato participante, absolutizado negativamente (III). A impossibilidade da dicção ontológica do em-si, enquanto figura empobrecida do fundamento e da derradeira entificação do ser, e a fantasma gorização do projeto humano e da sua temporalidade pelo ideal impossível do em-si- para-si, como miragem ontológica do si-mesmo, desembocam na tese onto-teo-lógica ao avessso, do homem enquanto paixão inútil (IV).