Foucault Genealógico: Considerações de Método para a Possibilidade de uma análise do poder
Abstract
Em entrevista a Alexandre Fontana intitulada “Verdade e Poder”, publicada na coletânea organizada por Roberto Machado, Microfísica do Poder, Michel Foucault esclarece que em seus primeiros escritos, História da Loucura (1961) e Nascimento da Clínica (1963), o campo de análise acerca do poder não estava a sua disposição, deixa claro ao leitor que a situação política a qual se achava no momento o incapacitava para tal empreendimento. Segundo Foucault, somente após os acontecimentos revolucionários de 1968 houve fecundidade possível para análises do poder. Em 1970 o filósofo pronuncia sua aula inaugural no Collège de France, texto publicado com título de A Ordem do Discurso. Nota-se neste escrito, pela primeira vez e ainda não completamente elaborada, uma guinada metodológica no pensamento do filósofo que perpassará por textos como Vigiar e Punir (1975), História da Sexualidade – A vontade de saber (1976), Em defesa da Sociedade (1975-1976). O presente artigo, apresentado na XIX Semana de Filosofia da UFG, pretende discorrer sobre o texto Nietzsche, Genealogia e a História (1971), tendo em vista que é neste escrito que o método genealógico que o percorrerá Foucault por toda a década de 70 encontra-se mais maduro. E a partir desta questão de método, será possível alçar luzes para uma análise do poder conforme propõe Michel Foucault