Abstract
Pretende-se, neste artigo, analisar a perspectiva segundo a qual Hans Jonas e Andrew Feenberg compreendem a técnica como um poder de nova magnitude no mundo moderno e como, a partir de suas análises, uma na perspectiva ética e outra na perspectiva política, ambos analisam as formas de exercício desse poder, ou seja, as suas potencialidades, os limites, os riscos, as consequências de suas intervenções e as exigências teóricas e éticas do seu uso. Trata-se, então, de compreender a técnica como um poder e, ao mesmo tempo, de perguntar sobre o quanto de poder ela tem ou, em outras palavras, o quanto de poder tem o homem de determiná-la ética e politicamente. O poder, assim, será o fio condutor da reflexão, a fim de demonstrar como Jonas pensa a responsabilidade como exercício do poder ético de controle da técnica, ao tempo em que Feenberg pensa a democratização da técnica como medida de intervenção e como alternativa à tecnocracia reinante, em vista de uma transformação dos interesses que guiam as escolhas técnicas.