Abstract
O objetivo do meu artigo é apresentar a relação todo-partes no contexto da Doutrina da Essência de Hegel. Depois de ter indicado sucintamente a variedade de contextos em que essa relação ainda está debatida hoje em dia, tanto fora como dentro da interpretação da filosofia hegeliana, analisarei o contexto específico da primeira subdivisão do terceiro capítulo da segunda seção da obra referida, analisando o argumento do texto e contextualizando o significado da Observação anexa. A relevância deste ensaio consiste em promover uma compreensão precisa de um par conceitual usado muitas vezes como um passe-partout hermenêutico para defender ou combater a filosofia de Hegel com base na suposta defesa hegeliana da primazia do todo sobre as partes. A tese da lógica da essência é que tanto a primazia das partes sobre o todo como a primazia do todo sobre as partes são posições insustentáveis. Por fim, o argumento para essa tese envolverá um exame contextual da segunda antinomia da Crítica da Razão Pura.