Abstract
O artigo reflete sobre o atual contexto da Educação Superior e seus desafios na formação de novos perfis de docentes. Optamos por indagar fenomenologicamente a formação docente em uma instituição confessional a fim de perceber, na pulsão das vivências dos estudantes, o lugar que a formação humana e da consciência ocupa na trajetória acadêmica. Seguindo essa pista e dialogando com profissionais e estudantes percebemos a necessidade de um maior aprofundamento dos pressupostos antropológico-filosóficos da educação. A partir disso, fizemos um contraponto entre o modelo reducionista e o complexo, fundamentando as concepções de conhecimento e educação no diálogo entre dois grandes pensadores: Edith Stein e Edgar Morin. Os resultados revelam a necessidade de um diálogo multi e transdisciplinar nos programas de formação docente, bem como a necessidade de pensar a formação humana a partir do paradigma da complexidade, interligando saberes que fomentem a reforma do pensamento. A formação humano-integral requer projetos que incluam todas as dimensões do ser humano. Desse modo, o ato educativo, ensino e aprendizagem, assume proporções que ultrapassam a experiência de sala de aula e perduram em sua formação. A reflexão realizada fez emergir com maior clareza os desafios de nosso tempo: um pensar rigoroso sobre o “humano” e sua formação em uma perspectiva onto-antropológica que tenha como base uma visão de mundo, de ser humano e de transcendência comprometidos com valores pautados na ideia de “casa comum”.