Abstract
O presente artigo tem por objetivo apresentar os argumentos de Oyèrónkẹ́ Oyěwùmíem sua obra A invenção das mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero, (1997), para ser pensado a relação entre o corpo e a ética na cosmovisão e na cosmopercepção. Para demonstrar que a epistemologia ocidental engendra sobre si e os demais povos a universalidade da categoria gênero e os problemas sociais oriundos desta generificação, a epistemóloga iorubana escreve A invenção das mulheres com um caráter dialético, em que é demonstrada sua crítica ao passo que são descritos os costumes autóctones Iorubás, com objetivo de demonstrar que para tal povo o corpo não determinava papéis sociais antes da colonização. A partir de sua defesa de que o gênero é uma categoria criada socialmente, mas que esta não foi parte originária de todos os povos é que se inicia a escrita deste texto. Para apresentar a complexidade do pensamento oyewumiano, as categorias de cosmovisão e cosmopercepção foram retomadas, através do alinhavemento do que elucida a autora sobre a bio-lógica, raciocínio corporal, somatocentralidade e senioridade. Com a apresentação destes conceitos é que se conclui como cada cultura cunha seus liames éticos.