Abstract
Neste trabalho, buscamos expor, a partir da leitura imanente dos textos do próprio Marx, a filiação do pensador alemão ao pensamento de Hegel e ao hegelianismo. Caminhou-se, no presente texto, pelas veredas que levaram o “vigoroso andarilho”, como Marx se intitula na carta ao pai (1837), ao pensamento hegeliano, pois, apesar da vasta bibliografia disponível sobre a relação entre Marx e Hegel, ainda é diminuto o material que procura analisar o modo pelo qual Marx adere ao hegelianismo. Pode-se debater em que medida Marx se manteve hegeliano ao longo do seu itinerário intelectual, qual a medida do distanciamento que o autor de O capital guardou em relação ao último filósofo do Idealismo Alemão, se houve ruptura e o grau dessa ruptura. Antes, contudo, é necessário compreender como o jovem alemão se tornou discípulo de Hegel e que tipo de discípulo foi Marx. Nossa análise percorreu os diversos textos do período acadêmico do autor, os quais contemplam variados materiais, como correspondências, escritos literários, anotações e o que restou da sua tese doutoral. Procuramos demonstrar que a adesão de Marx ao hegelianismo ocorreu em 1837, a partir da crítica ao idealismo de Kant e Fichte.