Abstract
O presente trabalho pretende discutir a solução de Kripke para o chamado “problema de Frege”, no que concerne a nomes próprios genuínos. Procuraremos mostrar que tal solução não consiste em dizer que espécie de informação nos é dada pelos enunciados de identidade envolvendo nomes de indivíduos – estratégia esta usada por Frege e Searle –, mas sim em estabelecer o caráter _a posteriori_ e ao mesmo tempo necessário de tais enunciados. Tentaremos mostrar ainda que isso não implica que a teoria de Kripke sobre nomes próprios não possa dizer que tipo de informação nos é dada por tais enunciados e que, se ela pretende fazê-lo, talvez ela tenha que conceder que nomes próprios estão ligados a descrições definidas em um nível epistêmico ou, ao menos, em um nível epistêmico-científico – o que, a rigor, em nada afeta a principal tese semântico-metafísica de Kripke a esse respeito: a tese de que nomes próprios são designadores rígidos.