Abstract
Este artigo examina criticamente cinco erros teóricos fundamentais na filosofia de Tomás de Aquino, especialmente em suas quinque viae (cinco vias) da Summa Theologiae. A análise começa com uma discussão sobre problemas de tradução nos termos tomasianos, destacando a distinção entre esse (ser) e existência. Os erros identificados incluem: (1) a confusão entre esse e essentia em Deus, resultando em uma noção incoerente da natureza divina; (2) a contradição ao tratar a essência como distinta do ser, o que implicaria que a essência é "nada"; (3) a suposição de uma dimensão além do ser de Deus, o que comprometeria Sua posição de condição última; (4) a identificação equivocada de Deus com o maxime ens (ente supremo) nas quinque viae, em vez de com o ipsum esse subsistens (o próprio ser subsistente); e (5) a falha das cinco vias em demonstrar verdadeiramente o "Ser de Deus", limitando-se a postular um ente supremo. O estudo também critica o uso que Tomás faz dos conceitos de actus purus (ato puro) e causalidade, argumentando que essas categorias restringem indevidamente o conceito de Deus. Conclui-se que Tomás, apesar de parcialmente alcançar uma compreensão do Ser, permanece preso a esquemas escolásticos ultrapassados, levando a inconsistências conceituais e metodológicas.