Abstract
Em 1971 era publicada uma obra que se tornaria muito importante nas discussões de filosofia política. O nome dessa obra é Uma Teoria da Justiça e seu autor John Rawls. Ao longo das aproximadas seiscentas páginas do livro, Rawls apresenta e defende a perspectiva que chamou de “Justiça como Equidade”. Rawls considera, e menciona-o logo no prefácio (tanto da edição original como da revista), que a sua teoria pretende ser uma alternativa à teoria utilitarista. Assim, uma parte do seu projeto é refutar, de uma vez por todas, essa teoria.
O meu objetivo neste artigo é mostrar por que, não obstante a grande influência das críticas de Rawls na filosofia contemporânea, ainda sou utilitarista. O que não é meu objetivo é expor ou refutar qualquer parte de sua teoria positiva, exceto o que for necessário para a compreensão e discussão das críticas ao utilitarismo. Portanto, se eu for bem-sucedido ao longo deste artigo, o leitor chegará ao fim acreditando que Uma Teoria da Justiça não nos dá boas razões para abandonar o utilitarismo.