Abstract
A despeito de seu vocabulário técnico e argumentos sinuosos, a questão da subjetividade indica uma maneira peculiar pela qual a Filosofia moderna pensa sobre “quem nós somos”. Trata-se aqui de recuperar o aspecto intuitivo deste problema. Para tanto, proponho um contraponto entre as filosofias de Descartes e de Henri Bergson. O que as torna mais próximas daquela intuição filosófica quanto à nossa vivência interior é que ambas compartilham a concepção de Filosofia como um modo de vida do qual o discurso teórico é uma parte importante, mas somente uma parte. Por isso, os argumentos e o plano de exposição dessas filosofias serão interpretados à luz da conjuntura existencial na qual foram ensinados. Ao realçar a concepção existencial que subsiste à questão estritamente teórica do sujeito, pretendo indicar como esta pode renovar, no âmbito da Metafísica Contemporânea, o problema filosófico do sentido da vida.