Abstract
Tomando por mote o exemplo das viradas supersticiosas de Alexandre o Grande que Espinosa dá no prefácio do Tratado teológico-político, tentaremos mostrar que o percurso entre a propensão à superstição que acomete todos os seres humanos e o estabelecimento de um regime autoritário, entendido o autoritarismo como exacerbação da autoridade e da violência política, pode ser inteiramente compreendido no interior de uma “lógica das paixões”. O principal pressuposto para isso é a tese, tomada a Marilena Chaui em sua tese de doutorado Introdução à leitura de Espinosa, de que uma forma política é uma individualidade e, portanto, tudo o que respeita a um indivíduo, especialmente a teoria do conatus, é aplicável a um Estado.