Abstract
Em resposta ao desafio cético de David Hume, Kant através de sua “Filosofia Crítica” alterou o eixo da “doutrina do conhecimento”, da realidade externa, para as “condições de possibilidade da experiência”. Ele usa deste elemento conceitual afim de constituir uma ideia de objetividade mais avançada que o “racionalismo metafísico” pregresso, especialmente relacionado à noção de “representação”. Como resultado, o fenômeno apreendido corresponde ao objeto do conhecimento crítico e a coisa-em-si, dada como exterior a cognição, é tomada como incognoscível. Mas com isso, restou a cena filosófica subsequente perguntar-se: sendo os dados da cognição “fenômenos mentais” (e através delas, as condições de possibilidade do sujeito) o domínio próprio ao conhecimento, como ele pode estar certo de corresponder ao objeto e satisfazer a demanda do saber científico? Deste nexo problemático Reinhold, Fichte e outros buscaram expor o caráter científico do conhecimento filosófico, partindo das contribuições do projeto crítico de Kant, enquanto outros tentaram dissuadir de vez a filosofia da ideia de se manifestar enquanto ciência.